Feira com gente e qualidade


O assunto do fumeiro já foi munto discutido. Tantas palavras bonitas e feias se disseram a respeito. Mas a minha opinião é a mais importante e a mais necessária. Ouvide lá:


Um fumeirinho feito com carne de reco que ninguém sabe o que comeu (a não ser ele e o dono - mas ele não fala e o dono também não), morto na higiene do matadouro, electrocutado para ser mais fácil, sangrado depois e lavadinho à pressão, é bem mais saudável. Já se controla (ou não) a higiene das cozinhas "regionais" certificadas e a "qualidade" do preduto. A necessidade agora será controlar o sal e o pimento, a quantidade de alho e a qualidade do vinho, as facas que cortam a carne ou a máquina que a tritura, o tempo de secagem e defumação, para ficar tudo igualzinho e dentro dos parâmetros de qualidade. São importantes estes parâmetros para vender o preduto a quem quer coisa certificada. E certifica-se.


Cá p'ra mim, isto é coisa para não ter bô fim!

Eu sou dos que gostam da tradição, mas não condeno a feira. Parece-me é que ela se está a condenar à qualidade. Depois os produtores que não podem para a qualidade saem da feira e tratam da vida deles. E bem. E voltam à tradição.

A tradição está no matar do reco na rua numa romaria de homens, mulheres e crianças, ao frio em cima do banco, no chamuscar, no lavar com água a fazer gelar as mãos, nas facas, no sangue comido logo a seguir, nas tripas lavadas em água corrente, na desmancha, na carne cortada à faca sobre uma tábua, na carne temperada e mexida no alguidar, no encher das tripas com o cabo da colher-de-pau ou outra coisa qualquer, no atar e pendurar no lareiro mais um menos limpo, no salgar em salgadeira de madeira...


É esta a origem do FUMEIRO. Sem careta de qualidade, mas com mais QUALIDADE.

Tanta gente já falou disto e tanta outra diz de outra maneira com a mesma razão. A mim não me interessa! Quem tem razão sou eu! Comei vós o limpinho, a mim deixai-me a tradição.
Mas vou à feira botar um copo para acompanhar qualquer coisita. Não vou ficar atrás dos outros. Só é pena não ter sido convidado para a abertura, sempre tinha a oportunidade de oferecer um cestito de qualquer coisa a quem viesse lá da capital. É que os coitados vão sempre de mãos a abanar.
Os argumentos para discutir isto que os apresentem os gajos que dizem que falam a sério (isso!!) sobre os assuntos, lá dos blogues das terras do Barroso e dos arredores anónimos e camarairos e dos museus ou o raio que os parta. A verdade é a minha, mesmo sem ter grandes argumentos. Tenho o principal: o gosto.
Tóc.Na.Tó!!!


Comentários

Anónimo disse…
Deves ser como um tamanco, ó Tocnato! Dá-te para cada uma.
TócNaTó disse…
Tamancos há muitos e nós já somos dois.
Anónimo disse…
estibeste bem o tocnato
Anónimo disse…
Grande Tócnató, tu ou percebes muito ou foste criado na terra.
Bem um coisa é certa a gente que produz bom fumeiro e num modo tradicional como tu referiste nao o vai vender, o que é bom meu caro é para comer em casa e mais nada.Agora merdas produzidas já á moda industrial nao tem a qualidade que tem as coisas feitas com carinho na aldeia.
Olha se foste á feira devias ter comido as bicas com cebola que os marmanjos pra lá levam, algumas ainda tem uma carnita gorda mas pouco,enfim. Não comi alheiras mas diziam que tinham bastante pão, não sei que botem pra lá tudo. Tem de se fazer dinheiro, mas é curioso que quem vai prá lá nao tem muita necessidade, porque lá está, o bom serve-se em casa.
Grande nome pró blogue eu ouço muito esta expressão com mais uma vogal no meio.
abraço

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